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Mostrando postagens de abril, 2018

Pietra e a representação da vontade

Caminhavam de mãos dadas mãe e filha pelo jardim, quando a menina perguntou: "Mãe, a lagarta gosta de queimar a gente?" - Não filha, ela queima pra se defender - respondeu a mãe e ficou a criança em silêncio por alguns segundos, mas não porque estivesse satisfeita com a resposta que recebera, pelo contrário. Para ela seria impossível compreender a razão da incompatibilidade entre a defesa da qual era praticante a lagarta e um gosto possível pelo qual se tivesse, então, motivado. - Ela não gosta, então? - perguntou esperando a confirmação da resposta que a mãe deixou para ela subentendida. A mãe, então, percebeu o problema que tinha em mãos: não tinha a filha suficiente intimidade com o tema para supor da primeira resposta uma separação evidente entre vontade e necessidade. Convenientemente, havia a menina lhe entregue a chance de ali concluir, fazendo-a aceitar que entre a ação e a vontade da lagarta não existia mais que uma relação de mera circunstância e, então